terça-feira, 12 de outubro de 2010

O protocolo de sinalização SS7

A rede Sistema de Sinalização 7 (SS7) é uma rede digital dedicada usada para inicialização e controle de chamadas. Cada ponto de sinalização na rede SS7 é unicamente identificado por código numérico de ponto. Códigos de ponto são carregados em mensagens de sinalização trocados entre pontos de sinalização para identificar a fonte e o destino de cada mensagem. O ponto de sinalização utiliza uma tabela de roteamento para selecionar o caminho apropriado para cada mensagem.

Existem 3 tipos de pontos de sinalização nas redes SS7 (mostrados na figura 1):

  • Pontos de serviço de comutação (SSPs);
  • Pontos de transgerência de sinal (STPs);
  • Pontos de controle de serviço (SCPs).

Figura 1 - Rede SS7

Os SSPs são originalmente comutadores que originam, terminam ou enfileiram chamadas. Um SSP envia mensagens de inicialização de chamadas para outras SSPs. Uma SSP pode enviar uma mensagem para uma base de dados centralizada (SCP) para determinar como rotear uma chamada (ex. Chamada (0800) toll-free). Uma SCP envia uma resposta para a SSP originadora contendo os números de roteamento associados ao número discado. Um número de roteamento alternativo pode ser usado pela SSP caso o número primário esteja ocupado, ou não haja resposta dentro de um período de tempo limitado. As possibilidades para as chamadas vão variar de rede para rede e de serviço para serviço.

O tráfego de rede entre os pontos de sinalização podem ser roteados através de uma STP. Uma STP rotea cada mensagem que chega para um enlace de sinalização de saída, baseado na informação de roteamento contida na mensagem SS7. Devido ao fato de atuar como um concentrador de rede, uma STP pode fornecer melhor utilização da rede SS7.

SCPs e STPs são geralmente implantadas em pares para assegurar que o serviço na rede permaneça em funcionamento, mesmo que ocorra um evento de falha por isolamento. Enlaces entre pontos de sinalização são fornecidos também em pares. O Tráfego é dividido por todos os enlaces do conjunto. O protocolo SS7 fornece tanto correção de erro quanto retransmissão para permitir a continuidade do serviço na ocorrência de falha nos enlaces dos pontos de sinalização.

O tráfego de voz é carregado nos circuitos de voz. O tráfego SS7 é enviado em enlaces de sinalização bidirecionais a taxa de 56 kb/s ou 64 kb/s. Devido a separação das redes de sinalização e voz, a sinalização pode ocorrer durante uma chamada sem afetar o tráfego de voz. Isto é chamado sinalização fora de banda, que permite com relação a sinalização dentro de banda:

  • Inicialização mais rápida;
  • Uso mais eficiente dos canais de voz;
  • Suporte a serviços que requerem sinalização durante a chamada;
  • Melhor controle sobre uso fraudulento da rede.

O SS7 é um padrão internacional definido pelo ITU-T. A definição do ITU-T para o SS7 permite variantes nacionais tais como os padrões ANSI e Bellcore utilizados nos Estados Unidos.

A pilha de protocolos do SS7

As funções de hardware e software do protocolo SS7 são divididas em abstrações funcionais chamadas níveis. Estes níveis são análogos ao modelo de referência de 7 camadas OSI da ISO, como é mostrado na figura 2.


A parte de transferência de mensagens (MTP) é dividida em três níveis. O nível mais baixo é equivalente à camada física do modelo OSI. O MTP nível 1 define as características físicas, elétricas e funcionais da sinalização digital do enlace. Entre as interfaces físicas definidas, estão incluídas E-1 (2048 kb/s), DS-1 (1544 kb/s), V.35(64 kb/s), DS-0 (64 kb/s) e DS-0A (56 kb/s).

O MTP nível 2 assegura a transmissão sobre um enlace de sinalização. Quando um erro ocorre no enlace, a mensagem é retransmitida. O MTP nível 3 fornece as funções de roteamento e gerenciamento da rede. As mensagens são roteadas baseadas em um rótulo de roteamento presentes nas mensagens envidas no nível 2.

A parte de controle de sinalização de conexão (SCCP) fornecem serviços de rede com e sem conexão e capacidade de tradução de título global (GTT) sobre o MTP nível 3. Um título global é um endereço o qual é traduzido pelo SCCP para um código de ponto destino e número de subsistema (SSN=0,..,255). O SCCP é utilizado como camada de transportepara serviços TCAP incluindo (0800) e serviços de chamada por cartão. Cada serviço tem um único SSN que identifica o usuário do SCCP no ponto de sinalização de destino.

A parte de aplicações com capacidades de transação (TCAP) habilita a implantação de serviços de redes inteligentes através da troca de informações entre pontos de sinalização utilizando serviço SCCP sem conexão. Um SSP utiliza um TCAP para buscar um SCP que determine um número de roteamento associado com o número discado. O SCP utilizaTCAP para retornar a resposta contendo o número de roteamento (ou um erro) de volta para o SSP.

Figura 2 - Pilha de procolos SS7 vs. Modelo de Referência OSI

A última parte é a parte ISDN do usuário (ISUP). Mensagens ISUP são utilizadas para controlar a inicialização e a liberação de circuitos que carregam voz e dados entre duas partes (a chamadora e a respondedora). Chamadas que originam e terminam no mesmo comutador não utilizam sinalização ISUP.

Portanto, o SS7 e um protocolo de sinalização, a princípio, para suportar tráfego de voz (podendo se estender para dados), com as suas funções divididas em 6 níveis de abstração denominadas níveis.

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